.: Lua, de Luana

Uma mulher que gosta de viajar e, principalmente, conhecer lugares & pessoas.
"Lua vai dizer" foi inspirada na música de Katinguelê, a "Lua vaaai iluminar os pensamentos dela". Sendo assim, pretendo iluminar os caminhos de vocês. Boa viagem! :)

domingo, 16 de outubro de 2016

Aracaju - Sergipe

Aracaju é a capital de Sergipe, o menor estado do Brasil. Cidade tranquila, de mar agitado e cor barrenta, de São João animado e deliciosos caranguejos. Um pouco do meu Nordeste que é tão lindo!
Atalaia

COMO FUI: em 2008, de carro saindo de Recife (dando uma parada estratégica em Maragogi e Maceió/AL) e em 2015 de avião (com escala em Salvador, na ida). 

O QUE FAZER:
Arara + caju = Aracaju?
Aracaju em si tem atrativos que basicamente você conhece em um final de semana. A orla da Atalaia é ótima pra tirar foto e dar uma caminhada, relaxar, apreciar a paisagem e esquecer um pouco da agitação das grandes
Serra de Itabaiana
metrópoles. Na orla da Atalaia inclusive tem um pequeno oceanário, bonitinho, bom de conhecer. O mercado público, perto de lá, é uma boa opção para comprar lembrancinhas (de pó pega-homem a toalha de renda) e especiarias nordestinas. 
Acredito que o nome Aracaju não seja a junção de arara + caju, mas está aí a foto ao lado para homenagear, hahaha. A passarela do caranguejo - uma rua cheia de restaurantes em que, adivinha, têm como especialidade o caranguejo - é um bom lugar para comer e conversar, nessa ordem de revezamento, hahaha. 

Uma caranguejada desse aqui... Que maravilha seria!

Poço + cachoeira = 
Cânion do São Francisco
A 58 quilômetros de Aracaju fica o Parque Nacional da Serra de Itabaiana. Fomos de carros e depois por uma boa caminhada/trilha. A primeira parada foi no Poço das Moças, com uma queda d'água meio escorrego e uma água geladíssima e escura, tipo Coca-Cola.
Na minha primeira ida a Sergipe fui também ao Canindé do São Francisco, que fica a 200 quilômetros de Aracaju. São longas 3 horas de viagem, acaba sendo um pouco cansativo e o meio de chegar lá é apenas esse. De Canindé pegamos um catamarã para os cânions, lugar de belíssima paisagem e um banho maravilhoso no rio São Francisco. Rio São Francisco, rio que amo, rio de histórias, vivências, praticamente o pai do Nordeste. Se vale a pena? Muuuuuuito!

Vista do teleférico
Em Aracaju também tem uma ponte estilo EUA, toda chique, que liga a capital a Barra dos Coqueiros, uma ilha com resorts pelo que lembro. À noite ela fica toda coloridinha e bonita de ver, principalmente se você estiver na beira do rio, tomando um refri e apreciando as estrelas, hahaha. Lá tem também o zoológico que fica um pouco mais afastado do centro, mas é bem arrumadinho (queria que o de Recife fosse parecido com o de lá, pelo menos). No zoo ainda tem um teleférico que dá pra apreciar tudo de cima, muito legal!
Perto de Aracaju, na região metropolitana, fica São Cristóvão. A cidade é conhecida por ser a primeira capital de Sergipe e a quarta cidade mais antiga do Brasil (pra mim esses títulos só tinham em Pernambuco, Bahia e São Paulo, rsrs), além de muitas histórias portuguesas, espanholas, neerlandesas, inclusive sendo considerada patrimônio pelo Iphan.
Banho no rio São Francisco. 12 metros de profundidade, água morna... Experiência única!

Não vejo Aracaju na rota dos viajantes brasileiros, principalmente por ser próxima de grandes roteiros como Recife, Maceió e, claro, Salvador. Quando puder, conheça. É um lugar aconchegante, tranquilo e fácil de conhecer em poucos dias.

Beijos com sabor de caranguejo com vinagrete (lá se come assim).

domingo, 21 de agosto de 2016

Triunfo - Pernambuco


Portal na entrada de Triunfo
ONDE FICA E COMO CHEGAR
Triunfo está localizada a 400 km de Recife, na divisa com a Paraíba, no sertão pernambuco. A cidade está a 1010 metros acima do nível do mar e não vê chuva há 4 anos, imagine só. 
Numa sexta fui de carro, saindo de Recife, com duas amigas. A estrada até Arcoverde é boa, sendo a maioria do trajeto com pista duplicada. O GPS deu uma enganada já perto de Triunfo e entramos antes, sentido Jericó (fiquei até esperando Jerusalém aparecer, hahaha), pois mostrava uma pista para lá. Mentira, tem não! A dica é seguir as placas "Sesc Triunfo" para não ter errada. A estrada é aladeirada, com declive acentuado, cheia de curvas e de pista simples. Toda cautela é bem-vinda ;) 

HOSPEDAGEM
Na pousada Opção, muito bem localizada, simples e aconchegante. As melhores opções de hospedagem em Triunfo são o SESC Triunfo e a pousada Baixa Verde. A cidade é pequena, então basicamente tudo se conhece a pé ou em pequenos trajetos de carro. Chegamos na sexta a noite e estava acontecendo o Festival de Cinema de Triunfo. Muitos restaurantes estavam fechando por conta da hora, mas conseguimos jantar no Papo Pizza. Música ao vivo, comida boa, ambiente agradável e até a presença da global Maeve Jinkins, a homenageada do festival. A temperatura era de 18º, mas a sensação térmica devia ser de 10º. Let it go, let it go... Frozen estava por lá.

O Careta e as Olímpiadas: colorido sempre presente na cidade

PONTOS TURISTICOS
Lago da cidade com o teleférico, que não funciona mais)
No nosso PRIMEIRO DIA, um sábado de sol, saímos da pousada rumo ao centro, onde fica o lago que é o cartão-postal da cidade. Ao redor ficam vários restaurantes, espaços de artesanatos e lojas, então além da caminhada a gente conhece um pouco da cidade. Neste lago tem um teleférico bastante conhecido, porém devido a um acidente que ocorreu com um funcionário do SESC, que administra o teleférico, o mesmo não funciona mais e sem previsão de retorno. 
Barris cheios de cachaça, no engenho
A pé fomos para o engenho São Pedro, onde podemos ver todo o processo da cana, da cachaça e da rapadura, que você pode comprar no final da visita. O cheiro doce faz parte de todo o percurso, achei bem legal. Ao fim provei a cachaça pura e a envelhecida, com sabor agradável, porém forte. Para quebrar a "bebedeira" comprei rapadura com amendoim, rapadura com laranja e com leite e coco. Almoçamos no restaurante Coisas de Maria uma deliciosa picanha. De lá seguimos para o passeio do Pico do Papagaio.


                                        
Provando a cachaça envelhecida... hahaha

O passeio para o Pico do Papagaio, ponto mais alto de Pernambuco, é feito numa
Cacimba, de baixo

 4 x 4, então nem arrisque pôr seu carro na estrada que é bastante pedregosa e inclinada. O valor do passeio é em torno de R$ 150 para 6 pessoas e escolhemos o horário da tarde para ver o pôr-do-sol. A primeira parada é na Cacimba d'água de João Neco, que foi feita manualmente há mais de 60 anos e que salva a pátria abastece duas casas, principalmente nestes períodos de seca. A construção levou um ano e contou com a ajuda de mais 2 homens, pois João Neco era cego de um olho. Eu vendo com os dois e com ferramentas iria cansar, imagine nestas condições... A segunda parada foi na Furna dos Holandeses, uma gruta que dizem ter abrigado os holandeses que fugiram da Batalha dos Guararapes. Naquela distância toda era muita disposição pra fugir viu!

Estátua do Careta, representante cultural de Triunfo, no Pico do Papagaio

Gratidão <3
A terceira parada foi no Pico do Papagaio que está a 1260m de altitude e de um lado vemos a cidade de Princesa Isabel, na Paraíba e Triunfo, em Pernambuco. O vento frio e a vista de um horizonte sem fim tornam o lugar muito mais bonito, agradável e prazeroso de estar. Para começar a noite de sábado jantamos na pousada Baixa Verde um delicioso fondue misto de carne com molhos diversos (tem que agendar antes e não é necessário ter se hospedado lá). Pra adoçar e esquentar, um bom chocolate quente. De lá fomos ouvir um forró pé-de-serra no restaurante Casarão, lugar arrumadinho e agradável.   


Eu que sou fanática por pôr-do-sol vi um espetáculo desses lá :)


Divisa Paraíba-Pernambuco
Gramophone

No nosso SEGUNDO DIA, domingo de volta para a casa, conhecemos a Casa Grande das Almas, que tem esse nome porque fica na "cidade" de Almas e a casa era a maior da época. Todo mundo pensa que vai ver malassombro lá... Vê não, fique de boas, hahaha. A casa é cheia de objetos antigos e um fato interessante dela é que a mesma fica na Paraíba e Pernambuco ao mesmo tempo. E um dos cômodos, dizem, abrigou Lampião por uma noite. De lá fomos conhecer o Museu do Cangaço, que conta um pouco da história dos cangaceiros, armas e objetos da época. O museu é pequeno, porém a gente relembra um pouco pra quem assistiu as aulas de História dos fatos ocorridos no sertão nordestino e quem foi Lampião, o cangaceiro arretado. Pra finalizar a viagem, tentamos conhecer a Fábrica de Criação Popular, uma antiga cadeia que virou um espaço cultural, que utiliza de materiais recicláveis para construir obras de arte, porém a Fábrica não é aberta aos domingos. Uma pena.

Este foi o resumo dessa mini trip de final de semana que rendeu boas fotos e um pouco de paz em cada lugar. Explorem o interior do nosso Pernambuco, é lindo!

Beijos com cara de careta e sabor de rapadura.

domingo, 10 de julho de 2016

Chapada Diamantina (2) - Bahia


Como canta Simone e Simaria, "quando o mel é bom a abelha sempre volta", hahaha. Na Chapada Diamantina vende mel e quem sabe eu sou a abelhinha atrás de flores lindas daquele paraíso. Pois foi, voltei rapidinho! Aproveitei o feriado de São João, o último prolongado deste 2016, e embarquei para novas aventuras de lá (minha ida em Abril, LINK AQUI)

COMO CHEGUEI: De avião Recife-Salvador e de ônibus Salvador-Lençóis. Lembrando que em a opção de ir de avião, mas depende do dia, pois nem sempre tem vôos e os horários não são favoráveis. Fiquei hospedada na Pousada Natureza, aconchegante, com ótimo atendimento e delicioso café da manhã. A volta, conto logo, perdi o vôo em Salvador pois o ônibus de Lençóis que deveria chegar em Salvador às 15h30 chegou às 20h. Muito trânsito na BR, obra, final de feriadão... Dormi no aeroporto e só voei para Recife às 09h da manhã do outro dia. Novas experiências sempre podem aparecer, hahaha.

Sossego, uma das tantas lindas da Chapada Diamantina <3

PRIMEIRO DIA
Poço Azul
Poço Encantado

Casa de pedra, Igatu
Na sexta (24/Jun) segui direto para o passeios dos Poços Azul e Encantado mais uma vez com a agência Chapada Adventure, sempre atenciosos e com atendimento de qualidade. Este passeio tem um deslocamento muito grande, quase 300km de distância e, por conta disso, não fiz na primeira vez que estive na Chapada. Mas sempre tem aquele motivo pra voltar, não é mesmo? O primeiro que conhecemos foi o poço Azul, em que é possível tomar banho. Após uma escadaria suave, o visual deslumbrante: água azul e aqueeela profundidade. E acreditem: a água é morna! Que emoção! Vocês não sabem o quanto isso é raro na chapada... hahaha. De lá seguimos para o poço Encantado, em que não é permitido tomar banho por conta da preservação e cuidado ambiental com a água. Se a gente sujá-lo com nossos corpitchos as próximas gerações verão um azul meio cinza/preto, não dá. A luz do sol entra por uma fenda e você têm a dimensão da beleza do lugar. No horário que fui não teve sol, mas mesmo assim a beleza nos deixa emudecidos.
Após o poço Encantado e com aquela preguiça depois de um almoço regado a carne de sol, macaxeira frita, feijão, macarrão, galinha assada e etc (um banquete!) seguimos para Igatu, conhecida como a Machu Picchu baiana. A cidade já esteve na rota dos diamantes e parte da cidade é formada por pedras. Agora a população é bem pequena já que a fonte de renda, o diamante, não é mais explorado. Agora todos vivem em função do turismo e a cidade deu pra ver que é bem aconhegante e tranquila. No Museu de Pedra vimos muitos dos artefatos usados na retirada dos diamantes e muitas fotos da época. Em Igatu, inclusive, dizem já ter visto OVNIs por lá... Não vi nenhum pra confirmar, ufa! De lá fomos para a pousada em Ibicoara, cidade mais próxima da cachoeira do Buracão, nosso próximo destino.

"Eu quero uma casa no campo onde eu possa compor muitos rocks (ou bregas) rurais..." Em Igatu :)

SEGUNDO DIA
Buracão vista de cima
Felicidade? =D
Buracão, de baixo. E nós, minions, ali!

O dia amanheceu bem chuvoso e chuva por lá é bênção. As cachoeiras, rios e plantações agradecem, mesmo que nós turistas adoremos um céu azul. Seguimos para a trilha da cachoeira do Buracão, a que me fez voltar à Chapada para apreciá-la. Depois de uns 40 minutos de carro, o começo da trilha. Terreno plano na maior parte do tempo e depois descida de leve, o visual vai ficando cada vez mais interessante e misterioso. Sempre me pergunto "Como alguém achou isso aqui, no meio do nada?" porque é cada buraco que a gente se enfia... E é cada recompensa maravilhosa que "Oxe, quem descobriu isso aqui descobriu a vida". Ao fim da trilha paramos para colocar os coletes e o mistério chega: onde está a cachoeira? Para chegar nela é preciso nadar pelo riacho dentre os cânions, visual deslumbrante que parece daqueles powerpoints de mensagens filosóficas! Tudo é bem
grandioso e, depois da curva, a cachoeira! Lindona, maravilhosa! A água? Até a Frozen ia dizer que tava fria, mas depois do banho de cachoeira o corpo se renova, fica mais enérgico, algo inexplicável. Na trilha de volta lanchamos ao som da água da cachoeira caindo e nada nesse mundo apaga esse momento. E era hora de voltar para Lençóis...
Lençóis, à noite

À noite fomos conferir o São João de Lençóis. A cidade, que sempre foi aconhegante, estava bastante decorada e animada. Forró, comida típica e muita gente deixaram tudo mais alegre e mais festivo. Saí de uma tradição junina para outra, gostei bastante. 

                                                                                            Cachoeira do Buracão

TERCEIRO DIA
E último... A trilha mais pesada desta viagem, porém sem trecho de carro. De Lençóis mesmo segui para a trilha da cachoeira do Sossego, 14km entre ida e volta. Pedra acima, pedra abaixo, riacho, árvore, montanha. A cada passo, uma gratidão por estar ali apreciando a natureza. A trilha se encerra na cachoeira, que não é de grande porte, mas linda e tranquila como tantas outras. O nome faz jus ao lugar, aquela tranquilidade e o barulho é apenas da água e de algum passarinho que passa. 
Ribeirão do Meio
O ecoturismo pode ser modinha, mas deveria ser aconselhável a todos. Trocar o celular, o computador, o asfalto e o barulho por aquilo ali é viver de novo, é renovar-se. Sempre que possível faça isso e, se pudesse, faria toda semana <3 Na trilha de volta paramos no Ribeirão do Meio. Mais um belo visual e um escorrego natural, mas nada de banho. Depois do Sossego o frio tomou conta e a caminhada da volta, mais rápida e com mais energia, me esquentou um pouco mais. 

Viajar é colocar a alma para passear. Viva isso!

Assim terminei mais uma aventura na Chapada Diamantina, lugar que se me perguntar eu digo "volto com certeza". Quando falo da Chapada ao amigos parece até exagero, mas o coração suspira. Este lugar me apegou, me prendeu de uma forma que não sei explicar. Agora só falta conhecer mais uns 20 pontos turísticos de lá, somente, hahaha. 


Beijo grande, espero que tenham gostado e que experimentem as mesmas lembranças que tive lá! :)

domingo, 3 de julho de 2016

Sobre sotaque, oxe!

É RÊCIFE e não RÉCIFE tá? hahaha. Ô sotaque bonito!


Lua vai dizer que o sotaque do pernambucano é arretado de bom! Se não souber alguma palavra do vídeo favor perguntar nos comentários... hahahaha.

domingo, 12 de junho de 2016

Manaus - Amazonas

Manaus foi a primeira cidade da região Norte que conheci. Fui em um feriado da Semana Santa e cansei de ouvir "Perdeu o quê lá? Vai ver macaco e índio é?". Tem hora que o preconceito do povo cansa...

Teatro Amazonas
Cheias dentre os anos
COMO CHEGUEI: de avião Recife-Manaus, fazendo escala em Fortaleza e Belém. O ruim é que sempre tem várias escalas ou conexão. Pra ter noção, meu voo de volta fez conexão "ali" em Brasília.

ONDE FIQUEI: em um albergue bem pertinho do Teatro Amazonas. Na época paguei R$30 a diária e tinha até piscina lá. Fui procurar agora o link e vi que o albergue fechou, que pena :/ Bom, mas em Manaus tem várias opções de hotel e pousadas, em sua maioria no centro.

Ensaio de ópera no Teatro Amazonas

PRIMEIRO DIA
Dentro do teatro - Salão principal
Após o café da manhã no albergue, fomos para o Teatro Amazonas, um dos mais antigos do Brasil e principalmente belíssimo por dentro. Demos sorte pois naquele dia além de ter visita guiada explicando toda a história, os ambientes e os objetos do teatro, vimos um ensaio de ópera (vídeo). Momento único, coisa linda! Do teatro fomos conhecer o centro de Manaus, que lembra muito o de Recife.  Após almoçar algum peixe diferente, seguimos para o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Não deu pra conhecer o zoológico, mas no INPA temos a dimensão da floresta Amazônica, da variedade da fauna e da flora, do quão um crocodilo é amedrontador de perto... hahaha.

Enquanto isso, na aldeia indígena...

SEGUNDO DIA
Olha o boto, gente <3
Do porto de Manaus saem todos os passeios principais, tem muitos guias e agências por lá. Já saímos de Recife com um deles reservado, este passeio de hoje. Pagamos em média R$200 por pessoa (em 2012 isso era bem caro), mas acho que é pela distância dos lugares já que os passeios são feitos de barco. De lá fomos para uma aldeia indígena para apreciar um pouco da cultura deles. Alguns rituais foram feitos e achei bem interessante... É um pouco da nossa raiz e origem que muitos não valorizam. Inclusive nesta aldeia tinha um alemão que foi turistar lá e acabou se apaixonando por uma índia. Ficou, foi adotado pela tribo <3


Da aldeia fomos ao encontro do boto. Que fofura gente! É possível tomar banho com eles enquanto o guia alimenta os mesmos com peixe. No local tem um espaço de preservação pois, acreditem, muitos usam a pele/gordura do boto como isca de um peixe que é bem caro lá. Não se pode alimentar os botos porque querendo ou não eles são selvagens e estão em seu habitat natural. A gente que é inxirido-intruso e invade o espaço deles... No caminho de volta vimos um hotel flutuante, mega estrutura em pleno rio o extremo contato com a natureza. Almoçamos em um hotel na beira do rio que foi reformado pelo projeto "Lar doce lar" de Luciano Huck. Ao retornar para o porto conhecemos um pouco mais da cidade e a noite fomos ao teatro ver a peça dos Barbixas :)

Cidade flutuante

TERCEIRO DIA
Medo da amiga? Jamais!
Bem perto da cidade, saindo também do porto, fomos ao encontro dos Rios Negro e Solimões. Sabe aquela imagem que você só tinha na aula de Geografia? Pronto, estava ali na minha frente. Um rio mais denso que o outro, de cores diferentes e aquele efeito "será que se misturam?" fazem do encontro das águas um visual inesquecível. Seguindo o curso do rio vimos uma cidade flutuante, com várias casas que acompanham o fluxo da maré. Energia elétrica e saneamento básico são luxo por lá, sendo a vida bem diferente da nossa urbana e estressante. O tempo parece não passar ali, senti. No meio dessa cidade paramos num casa que, como morador, tem um cobra imensa, um filhote e jacaré e um bicho preguiça. Pra quê zoológico não é mesmo? Pra ter noção, a casa tinha 3 quartos e um quarto era ~de exclusividade~ da querida cobra gigante. Cheguei nem perto.


Encontro das águas
Hotel Ariaú em cima do rio


De lá fomos almoçar um restaurante flutuante e comemos carne de jacaré (só soubemos depois). Carne boa, gosto de peixe mesmo. No descanso do almoço vimos vitórias-régias e até pesquei piranha! E veio a famosa chuva torrencial. Parece que o céu vai desabar, muito barulho, muita água e um pouco de medo, claro. Com a canoa motorizada continuamos os passeios pelos igarapés, regiões alagadiças e que segundo o guia "são cheia de anacondas". Que bom saber disso... hahaha. Me senti no Globo Repórter naquele silêncio da natureza, sendo surpreendida apenas pelo barulho do vento, do canto das garças, dos pássaros e do guia que imitava o som de um jacaré (que por sinal "respondia", acredite). Pra fechar o passeio, a famosa focagem de jacaré, que é tipo "pescar". O cenário? 6h da noite, tudo escuro, a única luz era da lua cheia e um suave barulho do barco. O guia, com uma lanterna, procura o brilho dos olhos do jacaré que refletem com a luz da lanterna. Ao avistar um jacaré o barco se aproxima bem devagar e com o motor desligado ouvimos apenas o bote do guia no pescoço do bicho. Se o barco virasse? Noite de rodízio pros jacarés e um noticiário no jornal eram garantidos, hahaha.



Muita chuva? Muita água? Muito barulho? Sim! 

Este é apenas um resumo do que conheci em Manaus, viagem exótica, interessante, diferentona e inesquecível. Acredito que este não seja um destino querido pelos brasileiros, mas o maior estado do Brasil, benquisto pelos estrangeiros e rico em tudo deveria ser no mínimo conhecido por nós. O contato com a natureza é um experiência única!

Beijos com sabor de carne de jacaré.