.: Lua, de Luana

Uma mulher que gosta de viajar e, principalmente, conhecer lugares & pessoas.
"Lua vai dizer" foi inspirada na música de Katinguelê, a "Lua vaaai iluminar os pensamentos dela". Sendo assim, pretendo iluminar os caminhos de vocês. Boa viagem! :)

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Ouro Preto - Minas Gerais

Localizado a quase 100km de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.
COMO CHEGUEI? Avião Recife-aeroporto de Confins (fica nos confins mesmo, quase 1 hora de ônibus de Belo Horizonte). Na rodoviária de Belo Horizonte peguei um ônibus para Ouro Preto, em torno de R$30 a passagem, e são quase 2 horinhas de viagem.
Vista para a praça Tiradentes
Adoro cidade histórica e talvez por destino estou eu morando em Olinda, haha. Sou de Recife, que também é um patrimônio histórico e cultural, cheia de casarios e ruas com pedra portuguesa, então tudo o que gosto de ver está ao meu redor. Sendo assim, conhecer Ouro Preto sempre foi um sonho. Em Minas Gerais, tantas outras cidades histórias - Mariana, São João del Rei, Tiradentes - também fazem parte do roteiro, mas Ouro Preto era meu foco. Em Abril/2015 eu realizei!
Fui sozinha a Ouro Preto e lá fiquei hospedada no Uai Hostel. Paguei barato, fica no centro (na verdade é tudo pertinho lá), ótimo custo-benefício. Logo de cara fui conhecer a praça Tiradentes, cartão-postal da cidade. Na cidade tudo é muito bonitinho, coloridinho, arrumadinho. É uma Olinda melhorada, confesso.


Igreja de São Francisco de Assis
IGREJAS: A igreja do Pilar foi a que mais gostei. Rica em ouro e em detalhes, bastante dourada, paguei R$3 e viajei aaanos atrás. Embaixo dela está o museu de Arte Sacra de Ouro Preto. Na igreja de São Francisco de Assis contém várias peças de Aleijadinho. Lembro que quando fui era preciso pagar R$15 para conhecer a igreja e o museu. Foi aí que um turista perguntou "tem missa?" e o guia "tem, às 19h". Então todo mundo, com a verba contada, foi assistir a missa e de quebra conheceu a igreja. Missa lotada, momento de gratidão por está ali... Impossível não chorar.
 
MUSEUS: O museu da Inconfidência é uma retomada à história do Brasil. Objetos, meios de transporte, roupas... Me senti em 1800, mas com corpinho de 2000. Na Casa dos Contos você vê toda a história da moeda brasileira até o Real, como são produzidas as moedas, bem como antigos "alojamentos" de escravos. Tudo é muito fiel à história e à cultura do nosso país. O museu que ~mais gostei, amei, venerei~ foi o de Ciência e Técnica (Escola de Minas) contando a história-geológica-biológica-mineralógica de lá.
Teto da igreja
Nunca me esquecerei do quartzo branco do meu tamanho nem da sala repleta de minérios e pedras preciosas. Coisa linda, gente! Não é permitido entrar com bolsa nem celular/câmera (assim como várias igrejas e museus de lá), então as belas imagens estão registradas apenas na minha mente e na de vocês, quando forem.

Dentro da mina Chico Rei
Conheci também a mina de Chico Rei, uma antiga mina localizada nos arredores de Ouro Preto. É possível ver vários minérios e sentir o antigo ambiente de trabalho dos mineradores. Não sei como era possível fazer algo naquela humidade, calor e pouco espaço. Mal dava pra ficar em pé e olhe que sou pequena...rs. De Ouro Preto é possível fazer um passeio de trem até Mariana - cidade vizinha - que após o desastre ambiental não sei como está.
DICA: nada de salto! Tênis ou sapatilha são os melhores calçados porque as pedras portuguesas são escorregadias (tive uns 4 lances de quase queda, rs) e você andará muito pela cidade. Ladeiras são mais comuns que pão de queijo então é importante você se sentir confortável na caminhada histórica.
Beijos com sabor de ouro e pão de queijo. 

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Porto de Galinhas - Pernambuco

Passeio de jangada
Falar da minha terra é uma maravilha, sabia? Porto de Galinhas, em termos de praia, é o principal cartão-postal do meu Estado. Localizada no litoral sul de Pernambuco, a melhor maneira de chegar em Porto é de carro ou transporte de agências de turismo. Como eu moro aqui sugiro ir de carro, pela via pedagiada, onde em menos 
Ah, é Pernambuco!
de uma hora você estará mergulhando nas águas quentes e transparentes daquele paraíso.
Porto de Galinhas (este termo galinhas refere-se ao antigo comércio de escravos e, pra disfarçar, chamavam os mesmo de "galinhas" - mulherada, calma que lá não é terra de piriguete não tá?) tem várias opções de hospedagem, com excelente hotéis, pousadas, albergues... Cada qual no seu preço, você pode encontrar aquele lugar aconchegante que cabe no seu orçamento. Rola até um bate-volta Recife-Porto de Galinhas, sai cedinho e volta no fim de tarde. Desculpa se onde eu moro tem essa opção... hahaha. A culinária é básica, de camarão, peixe, queijo coalho, lagosta até amendoim e tapioca. Além do visual deslumbrante, com certeza este lugar vai te prender pelo bucho também ;)
Se fui pobre não me lembro...

Se eu amei mergulhar? <3 <3
O QUE FAZER EM PORTO: Boas compras (sim, embora algumas coisas sejam caras, por lá você pode encontrar várias lojinhas com roupas e acessórios a R$12, uma tapioca gostosa a R$5  e almoço free a R$20), mergulho com peixes e bela fotos. Para o acesso às jangadas é só comprar uma senha (fui recentemente e estava R$20 por pessoa) pra andar pelos arrecifes de corais (sim, o nome da capital pernambucana Recife é por conta dos arrecifes bastante presentes em todo o litoral). Água morna e transparente, peixes coloridos e um visual do ambiente marinho enquanto toma aquele banho refrescante é O MUST de Porto. Além disso é possível andar de buggy pelas praias vizinhas apreciando os coqueiros, a areia branca e o mar azul que parece infindável.
Mututuca, peixe que parece cobra

Em mais uma ida a Porto finalmente fiz o mergulho com cilindro. Eu, que estava com medo porque já tinha "mergulhado" com snorkel e não achava confortável, arrisquei e não me arrependo. Mergulhar com cilindro é beeeem melhor, inclusive pra você que não sabe nadar ;) Fiz o passeio pela Ganesh Mergulhos, pessoal gente boa, com boas informações e disponíveis a ajudar os clientes. Indico!




PONTAL DE MARACAIPE
Com o cavalo-marinho macho e fêmea

Não é bem Porto de Galinhas, mas é bem pertinho. O acesso ao Pontal de Maracaípe pode ser de buggy ou carro passeio, a 5 minutos de Porto. Lá é possível ver o cavalo-marinho in loco no encontro do rio com o mar ou deliciar-se e ouvir boa música no Bar do Galo. Bom ir quando a maré estiver baixando, pra aproveitar mais! Fato sobre o cavalo-marinho: o macho é quem engravida e ele, na vida toda, só tem uma "cavala-marinha". Fica o exemplo pra nós humanos... hahaha. No passeio vemos os manguezais (reverenciando Chico Science), a natureza, um braço de riomar para um bom banho e um visual de filme. A paz está por ali mesmo, muito lindo.


"Mangue, mangue, mangue, mangue" (Chico Science)
Com certeza é um lugar inesquecível, além de ser considerada uma das praias mais bonitas do Brasil. Vir a Recife e não conhecer Porto de Galinhas é tipo... Nada! Se não der pra conhecer de primeira, arranje essa desculpa pra vir a Pernambuco novamente. Vale a pena, é lindo, apareça quando puder (espero que seja várias vezes!). E prepare o protetor solar que o sol aqui é de lascar!
Xero! 

Chapada Diamantina - Bahia

Pôr-do-sol no Inácio
O Parque Nacional da Chapada Diamantina é bem extenso. De Salvador para Lençois (cidade que fiquei hospedada e, pra mim, é o centro da Chapada) são 417km. A Bahia é um estado tão grande que parece um país, então por aí você tira a distância das cidades...hahaha.
COMO CHEGUEI: Em Abril/2016. Após o trajeto de avião Recife-Salvador, segui para a rodoviária e peguei o ônibus Salvador-Lençois pela Rápido Federal. A passagem custa em torno de R$78 e a viagem dura 6h. É um pouco cansativa, mas para a Chapada a melhor opção (porém não a mais barata nem com opções de horário) é de avião até o aeroporto de Lençois Horácio de Mattos.

Cores da Chapada
~ Viajei sozinha ~ Para muita gente é um absurdo uma mulher sair por aí sozinha, em um lugar estranho, com gente que não conhece. Gosto do desafio de aprender, de conhecer pessoas, de me aventurar e no final ter a certeza que de tão bom não podia ter sido diferente. Como eu sou a minha própria agência de viagens, depois de comprar as passagens, reservei o Hospedaria Tayrona pelo Booking (site prático de hospedagens - albergue, hotel, pousada) e os passeios lá. Pra mim, 4 dias inteiros seriam suficientes para desbravar a Chapada, aproveitar tudo... Deu não, me enganei :/


HOSPEDAGEM: escolhi a Tayrona porque era perto da rodoviária (e chegando lá você descobre que tudo é perto de algum lugar, hahaha. A cidade é pequena e bem aconchegante) e pelo site bem organizada. De fato foi. Café da manhã variado, rua calma e pertinho do centro. Preço acessível e de acordo com o serviço que tive, gostei. Em Lençois tem várias opções de albergues, pousadas e hotéis, basta você pesquisar os preços e ver suas prioridades. A minha sempre é uma cama confortável, banheiro limpo, boa localização e um bom café.

Cachoeira do Mosquito
PASSEIOS: tive uma certa dificuldade em ver agências de turismo, valores e que lugares conhecer. Muitas respondiam meu email, mas quando informava que ia sozinha o contato sumia. Tem agência que só gosta de fechar grupo$ porque é mai$ vantagem, né? $ó pode. Pedi a pousada uma indicação e eles me deram o da Chapada Adventure Daniel. Tiro e queda! Não podiam ter me indicado agência melhor. Por email já fechei os 4 dias de passeio e há quem diga "é louca?". Bom, me joguei na confiança. O site deles é bem informativo, explica tudo, mostra tudo e tive bom retorno por email. Super pacientes na minha indecisão em "o que vou conhecer? É muita coisa!" já sai de Recife com a programação feita. Roupas separadas, lá fui eu!
PRIMEIRO DIA
Fiz o roteiro parque da Muritiba com Cachoeira do Mosquito. Serrano fica em Lençois e junto a eles têm um conjunto de cachoeiras, salão das Areias Coloridas, Poço Halley e linda vista da cidade. Não sabia, mas a caminhada estava apenas começando. Saiba logo de uma coisa: caminhada lá é com aventura. Você sobe, desce, passa por pedra, areia, estica, alonga. Não é como andar no calçadão da praia. Eu que sou levemente sedentária cansei um pouco, mas ao final de cada dia o corpo estava renovado. Após um bom almoço em Lençois (faz parte do pacote do passeio) seguimos (eu e aquele monte de povo desconhecido que fui fazendo amizade, hahaha) para a cachoeira do Mosquito. Esta cachoeira tem esse nome porque "mosquito" antigamente eram os "pequeninos diamantes" que de tão pequenos pareciam mosquitos. Eu, banhada de repelente, jurando que ia pegar dengue e chicungunha lá. Quem me dera ter um "mosquito" desse... Mosquito foi uma das cachoeiras que mais gostei. Alta, entre paredões, meio isolada. Belíssima imagem! Chegando na pousada já fui dormir, afinal, depois dos 15 anos a disposição da pessoa já não é mais a mesma.

Cachoeira do Diabo

SEGUNDO DIA
Gruta Lapa Doce
gruta da Pratinha
Grutas, rios e o sol me esperavam. O dia amanheceu nublado e o guia foi logo dizendo "se ficar assim ou a gente conhece o morro do Pai Inácio agora ou corre o risco de não conhecer, pois se chover a gente não pode subir". Arriscamos deixar para o final do dia. A primeira parada foi no rio Mucugezinho, poço do Diabo seguido de um bom banho na cachoeira do Diabo. "A água está geladíssima", porém revigorante. Próxima parada foi na gruta Lapa Doce, onde você relembra (se não gazeou as aulas de Geografia) as estalactites, estalagmites e formações rochosas. O silêncio e a escuridão chegam a assustar! Almoçamos no restaurante da gruta e seguimos para a gruta da Pratinha, que eu já tinha visto nos blogs e era linda. Conclui que é mesmo! Água azul e transparente, fiz a flutuação (paga R$40 - paguei porque sabe lá quando volto ali novamente, mas é carinho) na
Após o incêndio, a vida ressurge
 gruta e em certos momentos têm 5m, 10m de profundidade. Escuridão total, só vemos os peixes por conta da lanterna. 
Morro do Pai Inácio
O rio Pratinha fica ao lado, de águas claras e mornas, além de profundidade de 1m. Rasinho, você nada tranquilo e sem querer sair dali. Nesse meio tempo São Pedro atendeu as orações e colaborou com o sol. O céu estava azul, por sorte e destino, então seguimos para o morro do Pai Inácio. Vista espetacular lá de cima, depois de uns 20minutos só subindo. É um verdadeiro lugar de gratidão a tudo! Pra mim o pôr-do-sol, assim como o nascer, são dois momentos espetaculares do dia. Você agradece, pede, relembra, reflete diante de tanta beleza. Fechei o dia de forma linda!
Vista da Cachoeira da Fumaça. Consegui!

TERCEIRO DIA
Riachinho
O dia mais temeroso, pois era a trilha mais pesada do meu roteiro. A Cachoeira da Fumaça consta de 12km de trajeto (6km de ida), sendo os dois primeiros quilômetros apenas de subida. Ufa! No dia anterior fui na agência já pensando em desistir, haha. Esta cachoeira não estava tão cheia, pois ela não é "abastecida" por rios e sim por chuva. O efeito da água que cai da cachoeira, mas que com a ação do vento traz a água pra cima, lembra uma fumaça. No período que fui tava uma fumacinha, a cachoeira não estava tão robusta, mas deu pra ver o efeito e a beleza que ela tem. Compensou subir aquilo tudo e admirar a grandiosidade do nosso mundão! Após um delicioso lanche pra aguentar a trilha de volta (6km), afinal, dizem que pra descer todo santo ajuda (mas às vezes o santo está cansado e fica lá por cima mesmo) fomos para o Riachinho revigorar o corpo com um bom banho de cachoeira. Água gelada só serve pra isso mesmo, hahaha! E de lembrança trouxe uma garrafa com mel da região, uns dos melhores do Brasil.  

QUARTO (e último) DIA
Passeio de barco no rio Marimbus
Pra fechar o roteiro da Chapada, um roteiro bem light. O passeio de barco a remo pelo rio Marimbus é uma amostra grátis do Pantanal. Garças, flores e diversas vegetações fazem parte das belas imagens. Após um almoço regional
rio Roncador
fomos para o rio Roncador, onde piscinas naturais de águas geladas (sim, acostume-se) tornaram minha tarde e meu fim de viagem simplesmente inesquecível. Pequenas quedas d'água, banho de cachoeira e horizonte natural fazem do Roncador um lugar pra você roncar mesmo... A vontade é de ficar ali, ao som da água corrente, do vento fresco e do contato com a natureza.   
cidade de Lençois a noite
Para a próxima viagem quero conhecer o Poço Encantado e Poço Azul. Tem um roteiro em que você conhece os poços (que ficam beeem distantes de Lençois), dorme em Mucugê e de manhã segue para a cachoeira do Buracão (uma das TOP de lá). Voltei da Chapada com a sensação de não querer voltar... Agradeço mais uma vez ao pessoal da Chapada Adventure pela assistência, alegria dos guias, qualidade do serviço e atenção. Nunca fui tão bem atendida! Quanto a Lençois a cidade é bem tranquila, onde você desapega do celular (o meu virou câmera), um lugar de reflexão e valorização da natureza. Indico a quem gosta de aventuras pois, ao fim de toda a viagem, "andei" 32km em 4 dias. Faria de novo e sempre.

Beijos molhados como cachoeira.

(Voltei em Junho e novos roteiros AQUI)

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Jericoacoara - Ceará

ONDE FICA: A 300km oeste de Fortaleza, capital do Ceará. Região Nordeste, Brasil

Duna do pôr-do-sol
COMO CHEGUEI: Recife - Fortaleza de avião em 2014. De Fortaleza comprei o translado Fortaleza-Jeri-Fortal através de uma agência, porém fui novamente pra Jeri em 2017 e mudei para outra que tive problemas posteriores. Infelizmente estou sem agência para indicar no momento. O valor sai em média, para 2 pessoas, por R$320 (ida e volta) - valor atualizado em 2017. Tem a opção de pegar o ônibus na rodoviária, que certamente é mais barata, porém a agência pega você em Fortal no aeroporto ou em hotéis próximos a orla.

Árvore da preguiça
Mesmo que você vá de carro, em um certo momento do trajeto, todos os veículos (van, carro, ônibus) param em Jijoca, onde lá se pega uma jardineira (rural, pau-de-arara) e segue para Jericoacoara em meio às dunas. Não é tão confortável e esse trajeto dura 01h30 mais ou menos. Tem a opção de ir de Hilux ou helicóptero, o que é bem mais caro. Como só nasci linda e não rica, fui de jardineira...rsrs.
 HOSPEDAGEM: As pousadas e hotéis de Jeri, em sua maioria, são pequenas e bem aconchegantes.
Lagosta, camarão e peixe. Delícia!
As diárias ficam em média por R$110 duas pessoas (variam pois lá tem albergues, que são mais baratos, e hotéis maiores, que são mais caros), dependendo é claro do período que você for. 
 

FIQUE, NO MÍNIMO, 3 dias. Não é pra assustar, cada um faz seu roteiro, mas o trajeto Fortaleza-Jeri é um pouco cansativo e faz você perder mais ou menos metade do dia para chegar. No segundo dia você conhece a vila, a praia, a Pedra Furada (uma boa caminhada) e o pôr-do-sol na duna (momento lindo!). No terceiro dia a pedida é fazer o passeio de buggy sentido oeste para a lagoa da Tatajuba, Mangue Seco e "pesca" do cavalo-marinho. Esse passeio custa em média R$100 para 2 pessoas. No quarto dia, indo pela Girafatur, antes de voltar para Fortaleza a jardineira/rural/pau-de-arara pára na Lagoa do Paraíso. De lá a (triste) volta para a capital se faz. Para quem for ficar mais um dia, há a opção do passeio leste que vai para a Árvore da Preguiça, Lagoa Azul e Lagoa Paraíso, também de buggy, mesmo valor para que o oeste. Essas lagoas digamos que é o ponto auge de Jeri, pois ficam as redes dentro d'água. Vida boa, vida massa.



Cartão postal de Jeri: redes nas lagoas. Vida difícil...




Lagoa do Paraíso
A VILA: tem cerca de 4 ruas e as mesmas não são asfaltadas, é chão de areia de praia. Desapeue do salto alto, havaiana é uma ótima opção de calçado.  Não há poste e à noite as ruas ficam iluminadas pelos restaurantes e pousadas. É tudo muito legal... Imagine ter forró, dj na praia e mpb a luz de vela no mesmo lugar? Tranquilidade é apelido. Agora INFO IMPORTANTE - aconselho você a levar dinheiro suficiente pra lá, pois não há banco. Que eu lembre tem apenas um caixa do Bradesco e o Banco do Brasil você pode sacar em dias utéis nos Correios. Não tem banco, mas o sinal do celular pega. Tem restaurante caro, tem lanche, tem mercadinho pra ajudar num pão com queijo que vira jantar... Quanto à alimentação não tem aperreio. E se você gosta de beber, a caipirinha/caipirosca de tudo que é fruta é A pedida de lá! 
Vida difícil...

Última foto antes do mergulho do celular :D
ATUALIZANDO: em Fevereiro/17 fiz bate e volta pra Jeri e valeu muito a pena, pois revi os principais pontos turísticos. Foi tão bom que meu celular caiu na lagoa do Paraíso, fiquei sem câmera e sem meio de comunicação, hahaha. O que me garantiu 3 fotos foram os amigos que fiz na viagem que garantiram um sorriso meu na Árvore da Preguiça, nas dunas e na Pedra Furada :)

Jericoacoara é um lugar perfeito pra descansar, se divertir, passear, pegar um bronze (mas com aquele banho de protetor solar, hein?) se apaixonar e agradecer a Deus pelas belezas naturais. Desapegue-se do equipamento eletrônico e delicie-se nesse quase paraíso. Aconselho, divulgo e, se pudesse, ia na mala de cada um pra voltar lá várias vezes. Boa viagem!


Belém do Pará - Pará

ONDE FICA? Belém é a capital do Pará, na região norte do Brasil.

COMO CHEGUEI? Avião até o Aeroporto Internacional de Belém/Val-de-Cans. Tem a opção de ir de barco, porém leva alguns dias (saindo de Manaus ou outros lugares). Dizem que de barco a vista é impressionante. Deve ser mesmo, paisagens lindas e você naquele sentimento de "Estou no Globo Repórter".
Pinduca, o rei do carimbó.
Bom, quando eu dizia "Vou pra Belém no feriado" ou vi várias pessoas falarem "Perdeu o quê lá?". Puro preconceito regional de gente que diz ~amar~ o Brasil, acredito eu. E na minha breve resposta "Perdi teu preconceito lá, sou louca pra conhecer o Pará e vou encontrar muita coisa legal" eu tinha a certeza de uma viagem cheia de experiências e coisas exóticas. Acertei!
Estação das Docas
Assim que cheguei, por volta das 23h, fui conhecer a famosa festa Quintarrada, promovida pelo guitarrista fera Félix Robatto. Gente interessante, de todas as idades, que estavam ali esbanjando alegria e gingado. Festa das boas, ótima dica pra quem quiser conhecer e vivenciar um pouco do cenário musical paraense. Na mesma noite, por  sorte destino maravilhoso meu, teve show de Pinduca, grande ídolo, ícone e rei do carimbó. Ouvir "Sinhá pureza" in loco foi bem especial.
Passeio de barco pelo rio Guamá, 06h30.
PRIMEIRO DIA
Às 05h00 da matina (sim, logo após a Quintarrada) partimos (eu e um amigo) para um passeio pelo rio Guamá, rumo à ilha dos Papagaios. Cenário paradisíaco para um belo início de dia, ao som do canto dos papagaios que acabaram de acordar (diferente de mim que nem dormi). É aquele momento em que você agradece a Deus por mais um dia, por mais uma oportunidade de estar vivo. Ver os papagaios voando aos pares dá a sensação de que não estamos sozinho neste mundo nem muito menos devemos desperdiçar os bons momentos que a vida nos dá, seja ela o mais simples que seja.

Maniçoba + Caruru + Vatapá
De volta ao hotel, seguimos para o centro da cidade, de ônibus. Fizeram muito medo do tipo "só ande de táxi, Belém é muito perigoso", mas morar em Recife é quase um estágio para qualquer outra cidade. Descobri que várias linhas de ônibus passam pelo mercado Ver-o-peso (e muita coisa legal fica nas redondezas dele) e turistar em Belém não foi algo de outro mundo. 
Escolha seu óleo ou perfume!
Visitamos a Basílica de Nazaré (belíssima), Mercado Ver-o-peso, Praça do relógio, Igreja da Sé, forte do Presépio, Casa das 11 janelas, igreja do Carmo, Mangal das Garças. Em meio a passadas turísticas, o descanso merecido de fim de tarde no Mangal (foto embaixo) foi o auge do dia. A entrada é gratuita, o espaço é bem amplo, arborizado, cheio de garças dando rasante na sua cabeça e uma vista belíssima de quase toda Belém. Até certo ponto é um oásis em meio ao rio e a periferia, em meio ao barulho e a correria.
Vislumbrar um pouco de cada lugar  é vivenciar muita história, beleza e cultura, além de fazer uma longa caminhada que nem cansa (quando o assunto é viagem a gente anda quilômetros que nem sente). O bom disso é o queimar das calorias ganhas na viagem. A parte gastronômica de Belém é bastante desenvolvida e embora eu não tenha apreciado muita coisa, me senti uma índia falando tanto bacuri, jambu afinal "o tremor do jambu é gostoso demais", como canta (Dona Onete), uxi, cumaru.

Mercado Ver-o-peso
 SEGUNDO DIA
Cerveja sabor Taperebá = Cajá
Vir a Belém e não comprar o óleo da Bota é ir a Recife e não comer bolo de rolo (exageros, tô brincando, hahaha). Sendo assim, fazer compras no Ver-o-peso é melhor do que comprar roupa em Miami. Os investimentos foram de castanha do Pará, bacuri, jambu a cds de brega, óleo "Pega homem" e vasos marajoaras. Ao lado do Ver-o-peso (que, pensava eu, era aquele prédio azul legal, mas na verdade aquele é o mercado de peixe) fica a estação das Docas. Linda! Toda de ferro, com banda passando por cima de você enquanto você almoça, toma um chope da Amazon Beer (cervejaria de lá) e depois toma um sorvete na Cairu (sorveteria top de Belém, ponto turístico-gastronômico). Lembra muito o nosso Marco Zero, beirando o rio, barquinhos passando, lugar tranquilo e de boa paisagem. 
Jurunas vista da varanda de Gaby com o rio Guamá no horizonte.

Após a estação das Docas (bem após, após mesmo, mas é andável) fica o Ver-o-rio. Lugar tranquilo também, ótimo para casais apaixonados e apreciadores de um pôr-do-sol refletido no rio. De lá, segui para o famoso bairro do Jurunas, terra da nossa querida Gaby Amarantos. Que visita linda, meu deus. A casa é linda e a terra é exótica feito ela. De uma de suas varandas dá pra ver o rio e a igreja em que a mesma começou sua cantoria, seu gogó de realeza.

A Portinha
Bairro simples, com jeito acolhedor, mas que também nos ofereceu um "cuidado quando chegar lá, cuidado com o celular, é melhor não pegar ônibus" bem típico de periferia plana (sem morro).
Depois do momento vip, amiga viajante e jornalista do brega, Gaby nos levou para a Portinha, restaurante espaço gastronômico bem conhecido por lá, que já ganhou vários prêmios, localizado na Cidade Velha e de comida ma-ra-vi-lho-sa. A maniçoba lá é gostosa, por aí você tira (comi um no centro da cidade e tinha gosto de terra). Além do pastel de pirarucu + jambu (o famoso mato que treme) + tucupi, provei o bolo de chocolate com castanha do pará e cupuaçu. Gente, perfeito. Pensei até em comer o bolo todo e voltar pra Recife nadando... Sério. Muito bom.





Mangal das Garças - exuberância da natureza

















TERCEIRO (e último) DIA
Mirante no Mangal das Garças
O voo saia no fim da tarde, então o passeio ficou reduzido. Seguimos para a praça de República, que é tipo a ~praia de domingo~ de lá. Famílias reunidas, feira de artesanato, apresentações culturais, crianças brincando. Uma típica manhã ao ar livre. Nesta praça fica localizado o Teatro da Paz (o Santa Isabel de lá), bem legal por fora. Estava fechado e não pude ver a lindeza por dentro (segundo as imagens do Google e referências pessoais). Estava lá um famoso vendedor de cds bregas e de músicas românticas, o Bacalhau, conhecido por ser chapéu de gaia touro.
Até então ainda não tinha pego chuva em Belém, o que é raro. Pois... Nesta linda manhã de sol fui surpreendida por uma chuva daqueeeelas, torrencial. E igual a Recife, só chuva, nada de diminuição de calor e mormaço. Depois desse leve transtorno, fomos para o shopping Boulevard, que assim como os de todo o Brasil, estava com a praça de alimentação lotada. Após o shopping, a dor da partida... Aeroporto.

Teatro da Paz
Em resumo, terminei a viagem com a energia renovada, cheia de histórias pra contar e fotos pra me amostrar. Bom mesmo é ver o quanto o nosso Brasil é rico em cultura, natureza, belezas que muitas vezes não são exploradas. Gente que conhece a Torre Eiffel (nunca fui), diz se orgulhar do Brasil, mas sente vergonha da região Norte que só tem mato e macaco ou do sotaque do nordestino. Gente de mente pequena e que está erradíssima. Fica aí a dica para vocês conhecerem este estado que já sabia que era bom, mas confirmei que é mesmo!

Beijos com sabor de cupuaçu e cachaça de jambu :)